O terreno se encontra no centro histórico de Soignies, próximo a um edifício escolar imponente do século XII. O Senne, o rio que estava enterrado até o começo do século XX, marca o limite externo do terreno.
Sua presença invisível, ofuscada pela grande igreja no topo da região, incitou uma exploração topográfica de dois elementos como uma espécie de âncoras. O edifício é coberto por uma camada grossa de pedra. Suas formas lembram uma rocha que emerge do solo, como uma evidência do vínculo original da cidade com o rochedo do local.
O projeto possui, em sua morfologia, os dois lados da dinâmica cultural local: a cultura institucional dentro do edifício e a cultura popular no exterior do edifício que é formado pelos passeios públicos e por uma escadaria que se duplica, abrindo-se para festivais de rua, carnavais e outros eventos, ou simplesmente um espaço de recepção para os visitantes.
Localizado na praça Van Zeeland, o edifício foi desenhado como uma extensão do espaço público que o rodeia: acessa-se o interior por meio de diversas entradas por todo o edifício. Os corredores internos são totalmente envidraçados, marcando as fachadas. O objetivo foi transformar o que seria uma caixa fechada em um espaço aberto que ilumina a cidade ao cair da noite.
Neste projeto, l’Escaut concentrou as margens do programa, maximizando o jogo e a relação com o espaço urbano por meio de suas escadas pelo percurso. Esta abordagem é também usada pela artista Domitienne Cuvelier que colocou bancos de madeira ao redor jogos de pedras na nova praça.
O novo equipamento cultural é resultado de uma parceria público-privada entre a cidade, a Comunidade Francesa da Bélgica e o Banco Dexia.